Dicas e informações sobre ressonância magnética

Todos os pacientes com esclerose múltipla, certamente, já fizeram exames de ressonância magnética do crânio e da medula, seja durante a investigação do diagnóstico, seja no acompanhamento da doença. A neurorradiologista Lara Brandão, coordenadora e chefe da equipe médica da IRM – Ressonância Magnética, especializada em doenças do cérebro e medula espinhal, explica todos os pontos referentes a este tipo de exame.

Segundo ela, o papel da imagem por ressonância magnética em ambas as situações é fundamental, uma vez que este exame revela, com precisão, as lesões causadas pela doença.

Conheça um pouco mais sobre a Ressonância Magnética.

1 – O QUE É RESSONÂNCIA MAGNÉTICA (RM)?

Trata-se de um exame que permite estudar as diversas partes do corpo, dentre elas o cérebro, os nervos ópticos e a medula espinhal dos pacientes com esclerose múltipla (EM), oferecendo imagens de alta definição destas estruturas, muito úteis no diagnóstico de várias doenças. O exame é indolor e não usa radiação. Durante a obtenção das imagens, o paciente deve permanecer imóvel e com proteção auricular, por conta do barulho da máquina.

2 – QUAL É A IMPORTÂNCIA DESTE EXAME?

– DIAGNÓSTICO: a RM é um método de grande valor no diagnóstico da esclerose múltipla, sendo capaz de mostrar lesões cerebrais em idades diferentes (agudas misturadas com crônicas) e em topografias variadas, identificando a carga total de lesões. É possível, inclusive, identificar qual lesão cerebral é responsável pelos sintomas do paciente. Também é fundamental para documentar lesão nos nervos ópticos, responsáveis pela visão. O estudo da medula pode ser útil em prever conversão para esclerose múltipla em pacientes que tenham apresentando apenas 1 sintoma, conhecido como síndrome clínica isolada.

– ACOMPANHAMENTO: a RM é fundamental para o acompanhamento da doença, já que novas lesões costumam aparecer com o tempo. Além disto, alterações relacionadas a cronicidade da doença como perda de substância cerebral podem ser vistas.

– AVALIAÇÃO da resposta e de complicações do tratamento – a RM pode documentar a resposta ao tratamento nas lesões da EM. Pacientes em tratamento com uma droga conhecida como Natalizumab podem experimentar uma complicação conhecida como “leucoencefalopatia multifocal progressiva” ou “LEMP”. O diagnóstico desta complicação é prontamente estabelecido na RM.

3 – QUAL O TEMPO DE DURAÇÃO DO EXAME?

O estudo do cérebro e dos nervos da visão dura cerca 30 minutos, enquanto o estudo da medula cervical e da medula torácica (também conhecida como medula dorsal) dura cerca de 15 min (cada).

4 – SOLICITAÇÃO DO EXAME

Caso seu médico solicite RM do crânio e da medula, ambos os exames podem ser realizados em sequência (um após o outro) na mesma data.

5  – O QUE É O CONTRASTE VENOSO? 

O uso do contraste é útil para identificar as lesões ativas (agudas) da EM. Durante o exame de crânio e medula, a administração do contraste, chamado de gadolínio, será feita através de um acesso venoso. Trata-se de uma substância altamente segura, com índice muito baixo de reação alérgica. Tanto que, na IRM, em uma larga experiência com uso dessa substância, nosso percentual de reações alérgicas, nos últimos 20 anos, foi zero. Importante ressaltar que o gadolínio não está contraindicado em mulheres no período da amamentação.

6 – PREPARO PARA O EXAME

Apenas os pacientes com relato de alergia prévia ao gadolínio ou alergia grave a outras substâncias necessitam fazer um preparo antialérgico antes de se submeterem ao exame de RM. Não há necessidade de fazer jejum e, para mulheres que usam maquiagem nos olhos, recomenda-se não usar no dia do exame. O paciente também não deve estar com os cabelos molhados.

7 – PACIENTES COM FOBIA DE LUGAR FECHADO (CLAUSTROFOBIA)

Na IRM, nos pacientes com fobia de permanecerem em lugares fechados, é possível realizar o exame sob anestesia.

8 – RM e GESTAÇÃO

Quando a mulher está gestante, a recomendação é aguardar 12 semanas completas para a realização segura da RM.

9 – EFEITOS COLATERAIS?

A RM não possui qualquer efeito colateral e o paciente pode seguir normalmente com sua vida e compromissos tão logo terminado o exame.

Lara Brandão (CRM 5256 623-7) é neurorradiologista, coordenadora e chefe da equipe médica da IRM – Ressonância Magnética, especializada em doenças do cérebro e medula espinhal, membro do Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) e da Sociedade Americana de Neurorradiologia (ASNR); autora do livro “MR Spectroscopy of the Brain”.

IRM – www.irmrj.com.br – tel: (21) 2537 3484

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