A Esclerose Múltipla não é Responsável por Tudo

 

“Naquele momento, o único som perceptível eram de braçadas e pernadas. De longe, vi alguém  me oferecer ajuda. Tomado por uma dor imensa no quadril, mal conseguia me movimentar, então, estiquei a mão e fui puxado. Acabara ali um grande sonho.”

No dia 30 de Setembro de 2018, o sonho de se tornar um ironman foi interrompido por uma grave lesão, uma ruptura parcial do músculo psoas. No último ano, Wellington, havia passado por uma rotina regrada de treinos, médicos, terapias e dieta equilibrada, mas teve seu momento encerrado por algo que não estava no acordado com a vida. Foram dias difíceis de aceitação, de dor e de lágrimas.

Em minha análise de escritora e pessoa com Esclerose Múltipla, não conseguia compreender que a tão temida EM não foi a vilã de tudo, regada com seus inúmeros sintomas e obscuridades. Não foi a doença que interrompeu ou impossibilitou o ousado sonho de um homem corajoso.

Na vida, passamos por situações inesperadas, como a descoberta de uma doença sem cura, contudo, essa mesma vida nos mostra que um diagnóstico não é a causa de todos os nossos problemas, e tão pouco o impedimento de realização de sonhos. Tantas entrelinhas podem nos acontecer sem relação alguma com a Esclerose Múltipla.

Wellington tem EM e fez o que sabemos fazer bem: vestiu-se do melhor de si e continuou a luta.

Assim, dias depois da prova, já estava no médico, conhecendo possibilidades cirúrgicas, realizando sessões de fisioterapia e continuando seu sonho. Sim, ele planeja o próximo Ironman, de 2019.Para isso, luta de uma maneira que nós, que temos uma doença grave, conhecemos bem: viver um dia de cada vez. Temos o diagnóstico, porém, temos também um leque de possibilidades para viver uma vida com qualidade de vida, planos e muita superação diante de qualquer obstáculo, seja ele qual for.

O Projeto 50 Metros continua, as pessoas se aproximaram ainda mais da equipe como um todo, e agora somos uma comunidade incrível, que vive em unidade pelo outro, querendo apenas reforçar que é possível viver com Esclerose Múltipla, priorizando a vida com qualidade.

O Sonho do Wellington não acabou. A vida só fez o que ela sabe fazer de melhor: mostrar que os obstáculos do dia a dia servem para nos motivar a continuar uma luta ainda mais especial!

Por Juliana Menezes

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