Uma grande parte dos problemas sistêmicos advém da exclusão. Para o sistema, seja qual for o motivo que nos leve a excluir alguém de nossa rede familiar, essa exclusão é uma falta grave no direito de pertencimento de todos. E para lembrar os membros deste sistema dessa exclusão inapropriada, podemos sintomatizar em nosso corpo doenças provenientes das emoções negativas geradas nesse contexto.
Em um sistema familiar, quando um dos indivíduos adoece, é muito comum que outros membros desse mesmo núcleo se comportem dessa maneira por, simplesmente, não terem condições estruturais e ou psíquico-emocionais de aceitar essa nova realidade. A partir daí, cria-se uma relação de vias tóxicas que pode ser interpretada de diversas maneiras.
Esse novo modelo de relação pode vir a ser extremamente prejudicial a quem tem esclerose múltipla, pois afeta, diretamente, aspectos importantes e essenciais a essa condição, como, por exemplo, a autoestima, o senso de capacidade em dar conta da própria vida e de suas atividades, gerando, assim, uma desordem estrutural em todo o sistema individual, como também um completo desalinho no âmbito familiar. Isso significa que as reações da família perante a essa realidade contribuem diretamente para a qualidade de vida de quem tem a doença.
Quando acontece essa exclusão (ou não aceitação) no meio da família, automaticamente um novo sistema é preestabelecido, trazendo consigo as consequências de uma possível codependência emocional.
Codependência é um termo da área de saúde usado para se referir a pessoas fortemente ligadas emocionalmente a uma pessoa com séria dependência física e/ou psicológica de uma substância ou com um comportamento problemático. Em se tratando de esclerose múltipla, podemos levar em consideração a necessidade de um sistema familiar compacto, unido e estruturado emocionalmente, onde todos os envolvidos participem desse novo molde de forma ativa e amorosa, gerando, assim, um ambiente saudável, seguro e propício ao enfrentamento das adversidades que a doença pode vir a trazer.
Se todos os membros da família se atentarem para a necessidade de cuidados, o núcleo se tornará saudável, minimizando diversas problemas extras que não são de responsabilidade direta da esclerose, porém, contribuem para seu controle e manutenção, pois influenciam no estado geral do paciente, aumentando a possibilidade de desordens em todo seu sistema.
Por Lyana Salomão;
Terapeuta, instrutora de técnicas quânticas e integrante da equipe multidisciplinar Esclerose Múltipla Rio
Contatos: 21 99459-8121
lyanasalomao@gmail.com
Ficou alguma dúvida? Tem alguma sugestão? Use o formulário abaixo: