Viver com esclerose múltipla pode impactar o desejo sexual do paciente, mexendo com a maneira de lidar com o sexo, minando sua confiança como parceiro sexual. Para alguns, isso pode significar episódios temporários, quando é difícil ser motivado ou interessado em sexo. Para outros, pode ser uma redução duradoura no desejo sexual.

Existem abordagens de estilo de vida que podem ajudar a minimizar alguns dos efeitos da redução do desejo sexual.

O que é desejo sexual?

O desejo sexual ou libido é um aspecto importante da sua resposta sexual, pois está por trás do desejo de se envolver em atividades sexuais. Embora não seja totalmente compreendido, acredita-se que seja resultado de uma combinação de fatores psicológicos – incluindo como você se vê, como vê um parceiro, quaisquer experiências sexuais positivas ou negativas anteriores, fatores culturais ou religiosos, seu humor – juntamente com fatores fisiológicos, como atuação dos hormônios e aumento da atividade nervosa no cérebro e nos músculos do corpo.

O que causa a falta de desejo sexual?

Uma série de fatores pode levar à redução do desejo por sexo:

A perda de autoconfiança pode aumentar as dúvidas sobre expressar sua sexualidade ou fazer você se sentir constrangido com a aparência. Isso leva a um sentimento de isolamento, além de fazer com que se sinta menos atraente e resultar em menos interesse em sexo. Você pode se preocupar que não está mais cumprindo seu papel sexual em um relacionamento – mesmo se seu parceiro não achar que há um problema. Embora você possa não sentir desejo antes do sexo, isso não significa que você não pode ficar excitado ou responder e desfrutar de intimidade ou atividade sexual.

Os sintomas da EM podem afetar seu desejo sexual. Por exemplo, fadiga e depressão mexem com o desejo, enquanto dores e espasmos podem tornar o sexo fisicamente desconfortável. O medo dos sintomas também é um fator, pois, por exemplo, perder o controle da bexiga ou do intestino pode gerar ansiedade durante o sexo, significando uma alteração na maneira de lidar com a atividade sexual e com o prazer. 

De maneira geral, o desejo sexual reduzido pode acontecer, mesmo com problemas que não estejam relacionados à esclerose múltipla. Estresse, ansiedade e depressão, assim como a preocupação com trabalho, família ou finanças podem gerar essa perda de libido. Fatores físicos, como desequilíbrios hormonais, também podem ser fatores desencadeantes, assim como o uso de álcool ou drogas.

O que fazer diante da redução do desejo sexual?

Dificuldade em satisfazer suas necessidades sexuais pode ser uma fonte de frustração, decepção ou angústia. O ponto de partida mais importante para gerenciar qualquer problema sexual é a vontade de falar sobre eles. 

Seja positivo

Pensamentos negativos sobre si mesmo como parceiro sexual podem levar a um círculo vicioso – se você tiver uma imagem ruim de si, geralmente estará menos inclinado a iniciar ou se envolver em atividades sexuais, o que, por sua vez, pode fazer você se sentir pior. Optar por fazer mudanças para desafiar esses sentimentos leva tempo e esforço, mas o ciclo pode ser interrompido.

Abordagens como terapias cognitivo-comportamental e de aceitação e compromisso podem ajudá-lo a reconhecer pensamentos, sentimentos e comportamentos negativos e fazer com que encontre novas e positivas maneiras de gerenciar esses pensamentos e ter uma vida sexual satisfatória.

Mantenha a vida social

Se a EM está reduzindo sua confiança, você pode se sentir isolado, principalmente se os relacionamentos passarem por turbulências. Manter contato regular com amigos e conhecer outras pessoas ajuda a aumentar sua confiança. 

Fique ativo

Permanecer o mais ativo possível é vital para uma boa saúde física e mental. O exercício regular pode ajudar a reduzir o estresse e a fadiga, além de melhorar o humor. Atividades como jardinagem ou fotografia também são estimulantes e podem ajudá-lo a se sentir melhor consigo mesmo.

Confiança física

Nossa confiança física pode ser prejudicada por diversos eventos da vida, como parto, doença ou processo geral de envelhecimento. Se a imagem do seu corpo mudou por causa da sua EM, pode levar algum tempo para aprender a se sentir confortável. Aproveitar ao máximo as coisas que você ama em si mesmo, aprender a abraçar suas imperfeições pode dar um grande impulso à autoestima. Lembre-se de que você não precisa ser perfeito para ser sexualmente atraente.

Lembre-se de seus pontos fortes

Embora a EM afete algumas das coisas que você pode fazer, tente se concentrar nas coisas que você gosta em si mesmo e no que vê como pontos fortes. Você pode descobrir que possui novos pontos fortes, como resiliência, adaptabilidade ou senso de humor.

Sexualmente, isso também é importante. Nem sempre é o que você faz, mas como você faz. Se certas atividades ou posições são difíceis ou não são mais agradáveis, explore o que funciona para você e se concentre nisso. Não esqueça as necessidades do seu parceiro – do que ele gosta e como você pode conseguir isso juntos?

Não é tudo sobre orgasmo

Lembre-se de que o sexo ainda pode ser muito agradável sem ter um orgasmo. Expressar amor e afeto, ser íntimo e sentir-se excitado são igualmente agradáveis. Tente aproveitar o processo, explorando a sensualidade e o toque, sem se distrair com a necessidade de atingir o clímax.

Afastar o foco do sexo em si é uma abordagem algumas vezes usada por terapeutas sexuais. A proximidade simples, como dar as mãos, beijar, abraçar e apreciar a companhia um do outro, é vital para um relacionamento e pode tranquilizar os dois parceiros de que você ainda é desejável. Esse ato pode ajudá-lo a reavaliar o que é importante para o seu relacionamento e também considerar seus gostos sem a pressão de tentar representá-los instantaneamente.

Fonte: Multiple Sclerosis Trust, artigo “Reduced Sexual Desire”

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