Embora afetem os músculos e, consequentemente, a capacidade de movimentação, a espasticidade e a rigidez são problemas diferentes, muito confundidos pela população em geral. A espasticidade é um sintoma causado por uma lesão no neurônio motor, podendo ser causada por acidente vascular cerebral (AVC); traumatismo craniano ou medular; esclerose múltipla, em adultos; e paralisia cerebral, em crianças. Já a rigidez é um dos sintomas da doença de Parkinson, na qual células cerebrais que controlam os movimentos são mortas.
— Na rigidez, um segmento corporal está limitado na sua movimentação, geralmente mostrando uma alteração da postura e com déficit para desempenhar uma atividade como, por exemplo, uma rigidez do membro superior, dificultando alcançar e segurar objetos — explica Lucia Mercuri, médica fisiatra da Universidade Federal de São Paulo .
Ambos os problemas costumam afetar a qualidade de vida dos pacientes, que, muitas vezes, passam a precisar de cuidados específicos.
— A espasticidade, dependendo de sua gravidade, pode trazer complicações como dor, deformidade, fratura, clônus, dificuldade para a realização de movimentos, impactando na funcionalidade e na independência do paciente, que pode precisar de auxílio para higiene, para se vestir, entre outros. A rigidez, em conjunto com os outros sintomas do Parkinson, impactam na agilidade do paciente, assim como seu equilíbrio, trazendo redução da qualidade de vida — diz Ligia Cattai, médica fisiatra, responsável pelo Ambulatório de Espasticidade da Universidade Estadual do Paraná.
Como tratar:
Espasticidade
– Este sintoma deve ser avaliado, individualmente, propondo, assim, objetivos a serem alcançados, envolvendo a família, o cuidador e a equipe multidisciplinar;
– O tratamento multiprofissional é sempre o mais indicado: fisioterapia, terapia ocupacional, uso medicações orais, intramusculares ou até mesmo cirurgia;
– Atualmente, a droga mais segura e eficaz é a toxina botulínica.
Rigidez
– Primeiro, é necessário que se saiba o que está causando o quadro de rigidez, pra depois se instituir o tratamento;
– Quando é causado por Doença de Parkinson, podem ser usadas medicações via oral e até cirurgia, como a implantação de marcapasso cerebral;
– Nos casos de rigidez relacionada a estruturas como músculo/tendão, ossos, o tratamento pode variar desde exercícios terapêuticos a uso de equipamentos de posicionamento corporal (órteses), tratamento local com termoterapia (compressas), massagens, manipulações ou medicação oral e local (infiltrações, punções).
– Em algumas condições pode haver necessidade de tratamento com correção cirúrgica, de ordem óssea, ou de partes moles (músculos/ tendões), realinhando o segmento rígido e tentando devolver a movimentação do mesmo, parcial ou totalmente.
Fonte: Jornal Extra, por Evelin Azevedo
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