Esclerose Múltipla e Depressão

Existe correlação entre a Esclerose Múltipla (EM) e a depressão? A EM é uma doença neurológica, crônica e inflamatória do sistema nervoso central e a depressão é considerada uma das principais causas de problemas de saúde e incapacidade em todo mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 11 milhões de brasileiros sofrem de depressão.

Vários são os estudos que tentam avaliar os sintomas depressivos na EM e registram que a depressão pode se apresentar de duas formas nestes pacientes: a primeira estaria relacionada ao enfrentamento da doença, onde o paciente, no processo de diagnóstico e encaminhamento da doença, entra em um quadro depressivo. Neste caso, a depressão afeta negativamente a visão de si e da vida do indivíduo. Assim, a preocupação com a progressão da condição física e/ou cognitiva leva a um quadro depressivo. A segunda forma de depressão pode estar relacionada à alteração que a EM provoca no cérebro, ou seja, lesões que afetam os lobos frontal, temporal e parietal esquerdo, o que leva ao impacto sobre o humor.

Sintomas e Tratamento

A depressão é uma doença e tem tratamento. Pode ser difícil diferenciar alguns dos sintomas da depressão com os da EM. São alguns: cansaço e perda de energia; tristeza persistente; problemas de concentração; perda de interesse em coisas que normalmente aprecia; sentimento de inutilidade, de desamparo e falta de esperança; dificuldade para dormir ou para acordar mais cedo que o habitual; dentre outros sintomas. Caso o paciente venha a se sentir assim por algum tempo, deve conversar com seu médico neurologista ou procurar um profissional de saúde mental, como psicólogo ou psiquiatra. Estes sintomas não serão explicados apenas pela EM e são bem característicos da depressão.

A busca de profissionais ajudará a entender o que conduziu a este quadro e o que o mantém, prescrevendo o tratamento ideal e trazendo orientações de como lidar com estes sintomas. A EM é uma doença que pode vir a ser incapacitante, mas a depressão é uma das doenças que mais tem impacto na vida sócio-ocupacional da população.

E qual a importância deste olhar para os pacientes com EM e o diagnóstico de depressão? A resposta é que são os pacientes que mais abandonam ou não seguem adequadamente o tratamento; em segundo lugar, a dificuldade ou abandono de atividades educacionais, profissionais e sociais que comprometem a qualidade de vida dos mesmos, impactando diretamente nas relações interpessoais do paciente. Então, estar atento aos sintomas é fundamental para dar o encaminhamento correto ao tratamento.

Admitir que esteja doente e procurar ajuda é o primeiro passo para o tratamento, além de desmistificar o fato de que todos os sintomas apresentados sempre estarão relacionados à Esclerose Múltipla.

Por Renata Alves Paes, neuropsicóloga

 

 

 

 

 

 

Uma resposta para “Esclerose Múltipla e Depressão”

  1. Avatar de Andréa
    Andréa

    Então, meu marido sempre apresentou um quadro de depressão, sempre tratado por profissionais da área. O meu questionamento é sobre o efeito de certos medicamentos usados no tratamento que tem como efeito colateral a depressão também. Pois meu marido no uso do Natalizumab teve uma piora drástica no quadro, que ao interromper e trocá-lo melhorou muito. Então acho que além da doença em si, as medicações também contribuem para esse quadro, sendo descrito até nas bulas. Correto?

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