Gravidez e Esclerose Múltipla

A Esclerose Múltipla (EM) tem maior prevalência em mulheres que estão em idade fértil. Assim, quando recebem o diagnóstico de EM, frequentemente têm dúvidas sobre os efeitos da doença na gravidez e vice-versa. Estudos realizados, ao longo das últimas décadas, permitem que os médicos forneçam respostas a algumas dessas questões. Confira:

:: Efeitos da EM na fertilidade

Não há evidências de que a esclerose múltipla prejudique a fertilidade ou leve a um aumento no número de abortos espontâneos, natimortos ou malformações congênitas. Vários estudos demonstraram, repetidamente, que a gravidez, trabalho de parto, parto e a incidência de complicações fetais não são diferentes em mulheres com EM do que em grupos sem a doença.

:: Efeitos da gravidez na EM

Antes de 1950, a maioria das mulheres com EM era aconselhada a evitar a gravidez, por causa da crença de que isso poderia piorar a esclerose múltipla. Nos últimos 40 anos, muitos estudos foram feitos, em centenas de mulheres com esclerose múltipla, e quase todos chegaram à conclusão oposta: a gravidez reduz o número de surtos de esclerose múltipla, especialmente no segundo e terceiro trimestres.

:: Efeitos no período pós-parto

As taxas de surto tendem a aumentar nos primeiros três a seis meses após o parto, e o risco de um surto no período pós-parto é estimado em 20-40%. Quanto mais ativa a doença estiver, durante a gravidez e no ano anterior, maior o risco de surto no pós-parto. Entretanto, esses surtos não parecem contribuir para o aumento da incapacidade, no longo prazo. Nos estudos feitos com mulheres com EM que tiveram filhos, não foi encontrado aumento de incapacidade como resultado da gravidez.

Sabe-se que a gravidez está associada ao aumento de várias proteínas circulantes e de outros fatores que são imunossupressores naturais. Além disso, os níveis de corticosteroides naturais são mais elevados em mulheres grávidas do que em mulheres não grávidas. Estas podem ser algumas das razões pelas quais as mulheres com EM tendem a se sair bem durante a gravidez.

:: Uso de medicações corticosteroides

As mulheres que usam corticosteroides (por exemplo, metilprednisolona ou prednisona) para surtos da EM podem continuar a usá-los durante a gravidez. Mas o uso de corticoide em uma mulher que está amamentando deve ser cuidadosamente monitorado.

:: Cuidados especiais para a gestante

As mulheres que têm dificuldades de marcha podem achar que pioram, ao final da gravidez, à medida que se tornam mais pesadas e o seu centro de gravidade muda. O uso de equipamentos auxiliares para andar ou usar uma cadeira de rodas pode ser aconselhável nesses momentos. Os problemas da bexiga e do intestino, que ocorrem em todas as mulheres grávidas, podem ser agravados em mulheres com esclerose múltipla que tenham disfunção urinária ou intestinal preexistente. Pacientes com EM também podem estar mais sujeitos à fadiga.

:: Gerenciamento Médico 

Durante a Gravidez. Nenhum dos medicamentos modificadores da doença – Azatioprina, Aubagio, Avonex, Betaferon, Copaxone, Gilenya, Lemtrada, Ocrevus, Rebif, Tecfidera ou Tysabri – são aprovados para uso durante a gravidez. Recentemente, o Copaxone, teve sua aprovação em bula para uso durante a gravidez, mas essa conduta não é praticada por todos os neurologistas. As mulheres que estão tomando qualquer um desses medicamentos devem discutir a ideia de engravidar com o médico que as acompanha.

Parto. Quanto aos cuidados ginecológicos, as mulheres com esclerose múltipla, geralmente, não precisam de cuidados especiais durante a gravidez. Trabalho de parto e o parto ocorrem da mesma forma que em outras mulheres e nenhum gerenciamento especial é necessário. Todas as formas de anestesia são consideradas seguras para mulheres, tanto durante o trabalho de parto quanto no momento do parto, e parecem ser bem toleradas.

Pós-Parto. Os medicamentos modificadores da doença não são recomendados durante a amamentação, porque não se sabe se são excretados no leite materno. Uma mulher também deve rever quaisquer outros medicamentos que esteja tomando com seu neurologista e obstetra, a fim de identificar aqueles que são seguros durante a gravidez e a amamentação. Importante ressaltar que estudos não indicaram aumento do risco de recidiva da EM associado à amamentação.

:: Gravidez e EM

Em geral, a gravidez não afeta o curso clínico da EM. As mulheres que têm a doença e desejam engravidar, geralmente, podem fazê-lo com sucesso, sempre com a assistência de seu neurologista e obstetra.

Fonte: Artigo publicado pela National Multiple Sclerosis Society

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