Os tratamentos para esclerose múltipla tem eficácia diferenciada entre os pacientes. Isso ocorre, porque cada paciente tem sua individualidade imunológica e genética, o que torna um desafio saber exatamente o que irá fazer a doença ficar estável. É preciso encontrar a medicação que melhor faça o controle da evolução da doença e é importante destacar que, ainda que um tratamento dê certo, ele pode deixar de ser eficaz depois de um tempo.
Neurologistas explicam que a troca de medicação é necessária quando acontece a chamada exacerbação clínica, ou seja, quando surgem novos sintomas ou sinais de inflamação observados na ressonância magnética. Esses quadros indicam que a terapia modificadora atual não está controlando a doença e, então, é preciso fazer a troca.
Muitas pessoas precisam mudar de medicação, ao longo do tratamento, para estabilizar a doença. De acordo com estudos clínicos publicados, há quatro razões que explicam a troca dos tratamentos de esclerose múltipla: efeitos colaterais graves, falta de eficácia, sugestão do médico que acompanha o paciente e maior facilidade de uso.
A gravidade dos efeitos colaterais é uma das principais razões para a troca de medicação. Outro motivo que leva à mudança é a forma de administração do medicamento: oral ou injetável. Muitos não se adaptam à aplicação de injeções.
Mas, antes de mudar de tratamento é preciso levar algumas questões em consideração, as quais devem ser discutidas com o médico:
1. Você deu ao seu tratamento tempo suficiente para ele agir no organismo?
De acordo com a Associação Americana de Esclerose Múltipla, é preciso que um tratamento seja administrado por, pelo menos, seis meses, chegando a um ano. Se não for dado esse tempo para a medicação agir, ou houver a troca constante de medicação, o paciente pode ficar desprotegido.
2. Quão frequentes e severos são os surtos?
Medicamentos não curam a esclerose múltipla ou param completamente sua evolução, então, mesmo que a medicação seja administrada com fidelidade, podem ocorrer surtos. Esses surtos não significam, necessariamente, que a medicação não está sendo eficaz. É quando há muitas recaídas, ou se desenvolve um número maior de novas lesões do que o esperado, que o médico deve considerar outros tratamentos. Se forem observadas mais de duas novas lesões em uma ressonância magnética, em um ano, também pode ser um sinal de que a terapia atual de modificação da doença não está mais funcionando e a troca de medicação deve ser considerada.
3. Os efeitos colaterais estão muito latentes?
Se os efeitos colaterais de sua medicação são intoleráveis e não melhoram após várias tentativas de gerenciá-los, é preciso conversar com o médico sobre outras opções de medicação. No entanto, em geral, os efeitos colaterais geralmente são controláveis.
4. O agravamento da doença é real?
Algumas oscilações podem ocorrer e não são por causa de danos ou inflamação da mielina. Várias coisas podem causar esses falsos agravamentos, como outras doenças ou infecções, estresse, aumento de exercícios ou outras atividades. A depressão também pode causar esse quadro. Se outras causas forem a fonte do agravamento, aí sim será necessário abordá-lo diretamente.
5. Você está tomando sua medicação conforme prescrito?
Pular doses ou não tomar a medicação conforme orientação médica pode prejudicar o tratamento. Assim, se for questão de não conformidade com a administração do tratamento, trocar de medicação não ajudará.
6. Como as drogas são administradas?
Alguns pacientes não gostam de aplicar injeção ou estão cansados de ir ao centro de infusões. Assim, essa tolerância a injeções também é um fator que pode levar à troca de medicação, neste caso, para opções orais.
Considerações adicionais
– O início precoce do tratamento também é importante, porque os medicamentos são mais eficazes antes que ocorram danos permanentes.
– É preciso que o paciente confie em sua equipe de saúde para que o tratamento transcorra corretamente e, juntos, possam discutir sobre o melhor encaminhamento para o controle da doença.
Com informações do Portal Everyday Health. Matéria traduzida. “Switching Multiple Sclerosis Treatment: What You Should Know”, por Beth W. Orenstein.
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