O diagnóstico de Esclerose Múltipla pode afetar o modo como o paciente se sente em relação a si mesmo e como se relaciona com seu parceiro. Mas há maneiras de manter uma intimidade plena dentro do relacionamento.
É natural que as pessoas queiram ter uma vida amorosa saudável e satisfatória. A intimidade física e emocional é crucial para a sobrevivência das relações de um casal. Mas os níveis de desejo mudarão, à medida que o relacionamento se desenvolve, assim como o sexo irá fluir e refluir, além de outros aspectos que sofrem mudanças em uma relação a dois.
Isso se aplica ainda mais aos relacionamentos em que um ou ambos os parceiros têm esclerose múltipla. O diagnóstico e os sintomas afetam a forma como a pessoa se sente em relação a si mesmo, como se relaciona com seu parceiro e como se sente em relação ao sexo e à intimidade. Se for capaz de se concentrar e explorar essas emoções, isso pode levar a uma compreensão mais profunda e a maneiras de manter uma intimidade satisfatória dentro do relacionamento.
Desenvolvimento da sexualidade
A sexualidade de uma pessoa é moldada pela experiência de vida. Desde os primeiros anos até as paixões adolescentes, as atitudes em relação ao sexo são inconscientemente influenciadas. Por exemplo, se uma pessoa é ensinada que a nudez não é aceitável e que os corpos devem ser encobertos, é provável que eles levem essa noção até a idade adulta.
Ao estabelecer uma vida sexual confortável com um parceiro, é importante falar sobre essas experiências passadas, para que você possa aceitar a maneira como você é e compartilhar isso com seu parceiro, ou reconhecer como você se sente e tomar medidas para construir um melhor relacionamento.
Para os indivíduos que são solteiros, o modo como se sentem em relação a si mesmo, seu corpo e sua sexualidade é extremamente importante. Ao se adaptar à vida com a EM, é comum se perguntar sobre vida sexual futura, conhecer novos parceiros e manter relacionamentos amorosos. Conversar com amigos confiáveis ou buscar redes de apoio são atitudes que ajudam a enfrentar todos os medos existem quanto a esses fatores.
O acesso à informação de profissionais de saúde também é importante para se ter uma visão mais clara da saúde, a longo prazo. Uma das partes mais difíceis é a imprevisibilidade da doença, de modo que a maneira como a pessoa se sente sexualmente pode oscilar, consideravelmente, dependendo de como a esclerose múltipla a está afetando. É muito importante reconhecer quando os seus sentimentos sobre o seu corpo são afetados pela doença e encontrar formas de gerenciar sua autoestima.
Para quem tem uma deficiência física, seja ela temporária ou definitiva, também pode existir insegurança e medos. A autoestima sexual e a imagem corporal melhoraram quando se tem alguém para conversar sobre suas dificuldades, reforçando a importância da comunicação e acessando o apoio emocional.
Adaptando o Relacionamento
Os relacionamentos podem ser profundamente afetados pela EM, particularmente aqueles com um parceiro de longo prazo, marido ou esposa. Lidar com os sintomas físicos, controlar a dor e a fadiga podem exercer pressão sobre o indivíduo e sobre os que estão mais próximos dele. Alguns casais temem que, com o diagnóstico, seja preciso desistir completamente da vida sexual, mas isso não é necessário. Dificuldades podem surgir, mas estas podem ser identificadas e discutidas abertamente entre o casal. Não querer sexo é natural, mas é preciso identificar o motivo e falar com o seu parceiro, para que ele possa entender as mudanças e lhe dar espaço.
Muitos casais gostam de encontrar novas maneiras de serem íntimos. Se os sintomas de EM significam que você não pode fazer todas as coisas que costumava fazer em seu amor, adapte sua rotina e encontre outras maneiras de ser sensual juntos. Realmente, vale a pena investir. Mudar a hora de fazer amor, para acomodar os níveis de energia, pode funcionar para alguns casais, assim como adaptar as posições sexuais também pode significar descobrir mais sobre o outro e sobre o que se gosta. Sempre converse um com o outro, principalmente se surgir qualquer limitação.
Estar perto do seu parceiro nem sempre envolve atividade sexual. Abraçar, acariciar e beijar também significam uma conexão íntima. Mesmo que a vida sexual se torne menos ativa, é preciso manter o companheirismo e a sensualidade, usando, por exemplo, óleos de aromaterapia para abrir os sentidos, tomando banho juntos e encontrando formas de rir e curtir momentos juntos.
Os relacionamentos mudam naturalmente com o tempo e sempre exigem manutenção para sobreviver. Lidar com a EM proporciona ao casal a oportunidade de se tornar criativo de maneiras que nunca imaginaram. Se achar que precisa de alguma intervenção para aceitar sua condição, procure profissionais que ofereçam ajuda e aconselhamento, mas nunca deixe de lado sua sexualidade, sensualidade e o prazer a dois.
Fonte: MSTrust, artigo “Relationships and MS”, por Catherine Allen
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