Tratando a Esclerose Múltipla

Não há cura para a esclerose múltipla (EM), mas remédios e mudanças no estilo de vida podem ajudar o paciente a controlar a doença. É importante ter o acompanhamento de um médico, para encaminhamento do melhor tratamento.

Drogas modificadoras da doença

Para quem tem esclerose múltipla são indicados medicamentos capazes de diminuir o avanço da doença e de impedir os surtos.

Os remédios funcionam limitando o sistema imunológico – a principal defesa do corpo contra germes – para que ele não ataque a camada protetora chamada de mielina, que “recobre” as vias de comando nervoso do corpo localizadas no sistema nervoso central.

Entre as medicações, estão:

Interferon Beta (1a ou 1b): Um dos medicamentos mais comuns usados para tratar a esclerose múltipla. Alivia a gravidade e a frequência das crises. Entre os efeitos colaterais, pode causar sintomas semelhantes aos da gripe, como dores, fadiga, febre e calafrios, mas estes podem desaparecer com o tempo.

Acetato de Glatirâmer (Copaxone): Este medicamento impede que o sistema imunológico ataque a mielina e apresenta poucos efeitos colaterais, incluindo possível taquicardia ou pressão no peito.

Teriflunomida (Aubagio): administrado em comprimido (1x ao dia). Age reduzindo a proliferação de linfócitos ativados contra mielina, podendo acarretar diarreia, aumento das enzimas hepáticas, náusea e queda de cabelo.

Fingolimode (Gilenya): administrado em cápsula (1x ao dia). Age reduzindo a circulação de linfócitos no sangue. Efeitos colaterais comuns incluem dor de cabeça, diarreia, dor nas costas, tosse e aumento das enzimas hepáticas. Como o remédio pode diminuir a frequência cardíaca, a primeira dose é tomada sob monitoração médica.

Fumarato de dimetila (Tecfidera): administrado em cápsulas (2x ao dia).

Reduz o número de linfócitos ativados contra mielina e modifica o comportamento inflamatório dos linfócitos. Como pode diminuir as células do sistema imunológico, o médico fará exames de sangue regulares para acompanhamento. Os efeitos colaterais mais comuns da droga são rubor, dor de estômago, diarreia, náusea e vômito.

Outros medicamentos são administrados por infusão, em ambiente hospitalar: o Natalizumabe (Tysabri) e o Ocrelizumabe (Ocrevus). Ambos são indicados quando há falha terapêutica de outros medicamentos. O Natalizumabe impede que as células imunológicas cheguem ao cérebro e à medula espinhal, onde podem danificar os nervos. O Ocrelizumabe ataca as chamadas células B e impede que o sistema imunológico ataque o corpo. Este último também é indicado em casos de Esclerose Múltipla Primária Progressiva (EMPP).

Alemtuzumabe (Lemtrada): é um medicamento utilizado para Esclerose Múltipla, principalmente  quando há falha terapêutica de outra medicação. Sua ação restringe o sistema imunológico, impedindo que ele ataque o sistema nervoso central, pela redução de linfócitos T e B circulantes. Existem riscos de problemas na tireoide, renais e de coagulação do sangue, que devem ser monitorados, mensalmente, por longo tempo.

Tratando os Surtos

Tome regularmente a medicação indicada. Surtos leves podem ocorrer, mas desaparecem por conta própria, não precisando que sejam tratados. Entretanto, há surtos que necessitam de tratamento para aliviar os sintomas, rapidamente.

Nestes casos, serão administrados medicamentos que irão “acalmar” o surto, mas que não impedem o avanço da sua doença. Os mais comuns são:

  • Metilprednisolona
  • Prednisona

Opções para surtos graves:

Troca de plasma (Plasmaferese): esta é uma intervenção que ajuda quando um surto não responde às medicações. Este é um procedimento em que se faz uma “filtragem” de anticorpos do sangue para reduzir a agressão da doença.

Outra opção também utilizada em casos de surtos graves que não respondem bem ao uso de corticoides é a administração venosa de imunoglobulina humana.

Controle de sintomas:

Há medicações que podem ser indicadas para conter alguns sintomas da doença. Porém, nenhuma delas deve ser tomada sem que o médico faça uma avaliação do paciente e indique corretamente o que pode ser administrado.

> Rigidez muscular e espasmos: relaxantes musculares e calmantes;

> Fadiga: compostos de proteína;

> Depressão: Antidepressivos;

> Problemas da bexiga: medicamentos anticolinérgicos (que inibem a ação da bexiga).

Também pode ser indicado:

Fisioterapia: Um profissional de saúde especializado pode orientar exercícios que aumentam a mobilidade, melhoram o desempenho nas atividades diárias, reduzem a fadiga, além de prevenir complicações decorrentes da doença.

Qualidade de Vida

Medicamentos não são a única resposta para a esclerose múltipla. Cuidar bem de si mesmo ajuda a viver melhor com a doença. Todos os dias, certifique-se de:

> Descansar bastante: mantenha um horário regular de sono;

> Comer alimentos saudáveis: Não há dieta específica para esclerose múltipla, mas escolha alimentos com baixo teor de gorduras saturadas e ricos em fibras;

> Fazer exercícios regularmente: até mesmo um passeio ao redor do quarteirão pode ajudar. O exercício fortalece ossos e músculos, além de mantém a depressão sob controle e ajudar o indivíduo a dormir melhor;

>> Gerenciar o estresse: o estresse pode piorar os sintomas. Encontre algo que ajude a controlar os altos e baixos;

>> Evitar o calor: o aumento na temperatura do corpo pode piorar seus sintomas. Fique no ar condicionado, se puder. Use roupas soltas e que deixem seu corpo respirar.

Referência: WebMD Revisado por Neil Lava, MD em 13 de março de 2018

Uma resposta para “Tratando a Esclerose Múltipla”

  1. Avatar de Alexandre José da Silva
    Alexandre José da Silva

    Vou iniciar o tratamento amanhã com o medicamento NATALIZUMABE gostaria de saber quanto tempo antes da infusão eu posso me alimentar, se existe alguma restrição? Horário da infusão será as 7:00hs.

Ficou alguma dúvida? Tem alguma sugestão? Use o formulário abaixo:

Search

Popular Posts

Tags

Ainda não há conteúdo para mostrar aqui.

Descubra mais sobre Esclerose Múltipla Rio

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading