Você acaba de se recuperar de uma infecção e logo vem outra doença para te derrubar, novamente. Ficar doente várias vezes, em um curto período de tempo, pode indicar que o sistema que protege o organismo está com alguma deficiência. Ou seja, sua imunidade pode estar baixa.
O que é imunidade?
Imunidade é um termo genérico que caracteriza uma série de mecanismos presentes no organismo humano que têm como função realizar a defesa do corpo contra a invasão de vírus, bactérias e protozoários.
Baixa Imunidade, eu?
O sistema imunológico é a rede de células e órgãos do corpo, especialmente desenvolvido para combater infecções, e suas fraquezas podem ser congênitas (nascem com a pessoa) ou adquiridas, causadas por fatores externos, como falta de vitaminas e minerais na alimentação; estresse; exposição a condições ambientais extremas (altitudes elevadas ou alta radiação, por exemplo); e até mesmo o envelhecimento.
E quais são os sinais de que o corpo pode estar com imunidade baixa? Fique atento a quadros recorrentes de herpes, amigdalite, estomatite, otites, abscessos, infecções intestinais de repetição, diarreia crônica, infecções graves, como meningite ou infecções generalizadas. Fadiga e alergias também são sintomas comuns.
Como Aumentar a Imunidade?
Existem inúmeras formas de aumentar a imunidade, mas é na alimentação que temos garantias de melhoria do sistema imunológico. A vitamina C é uma das maiores aliadas para o aumento da imunidade. Encontrada em laranjas, tangerinas, morangos, pimentões, espinafre, couve e brócolis, é essencial para uma boa saúde.
Outros alimentos que aumentam a imunidade:
– Vitamina B6 – banana, salmão cozido, carne de porco, bacalhau, truta, atum, anchova, ervilha, inhame, pão de trigo integral, nozes;
– Alimentos ricos em ferro – carnes, cereais, feijões, sementes (abóbora, linhaça, gergelim etc), espinafre; peixe;
– Alimentos probióticos – iogurte, leite fermentado, queijo e coalhada;
– Cítricos – frutas como laranjas e tangerinas;
– Gengibre;
– Vitamina D;
– Sucos: combinação de maçã, cenoura e laranja; suco de tomate caseiro; combinação de couve, tomate e aipo; combinação de beterraba, cenoura, gengibre e açafrão.
Imunidade e Esclerose Múltipla
Ao contrário do que muitos pensam, a imunidade no paciente com Esclerose Múltipla não é baixa. O que acontece é que o sistema imunológico age de maneira intensa contra a proteína presente na mielina, tornando a doença crônica e promovendo o surgimento dos sintomas. Vamos explicar como isso acontece, nas linhas abaixo.
Sabemos que a Esclerose Múltipla é uma doença autoimune, o que significa que células do sistema imunológico reagem contra o próprio organismo. Assim, as células de defesa, chamadas linfócitos, reagem contra a proteína da mielina e contra as células responsáveis pela produção da mielina, os oligodendrócitos.
E como essas células de defesa se tornam reativas? A primeira condição é que a pessoa seja geneticamente suscetível, ou seja, tenha um traço genético que provoque a mudança no comportamento do sistema imunológico. A segunda condição é a presença de fatores presentes no meio ambiente que sejam capazes de ativar essas células, como, por exemplo, o hábito do tabagismo, a baixa exposição solar, que leva a níveis insuficientes de vitamina D, e o contato com vírus capazes de estimular o sistema imunológico.
E quando ocorre esta mudança no comportamento do sistema imunológico? Ainda não se sabe o momento exato em que o sistema imunológico passa a reagir de forma errada e a produzir os linfócitos autorreativos à mielina, mas, com certeza, esse momento antecede o início dos sintomas da EM e até mesmo o inicio das lesões vistas nas ressonâncias.
Uma vez que estes linfócitos se tornam autorreativos, eles se multiplicam em mais linfócitos, que também agem contra a mielina. Além disso, ativam outros linfócitos a produzir anticorpos contra a mielina, formando duas frentes de ataque: os próprios linfócitos e os anticorpos. Essas células ativas e os anticorpos são capazes de atravessar a barreira entre o sangue e o sistema nervoso central (SNC) e, quando isso acontece, além de lesionar a mielina em diversos pontos, danificam os oligodendrócitos (que falamos acima), ativam os linfócitos presentes no SNC, o que cria um ambiente inflamatório semelhante ao que ocorre no sangue e, dessa forma, torna permanente a resposta autoimune e a doença crônica.
Cláudia Cristina Vasconcelos, neurologista (CRM 52535780)
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