Os sintomas da esclerose múltipla são diversos e acontecem de forma diferente em cada paciente e, também, em cada surto. Por conta disso, pode ser difícil para quem tem a doença identificar se o sintoma que está sentindo é o início de um surto. Mas, afinal, por que os surtos acontecem e como é possível reconhecê-los?
Os surtos são a tradução do que está acontecendo no cérebro e na medula por conta da doença, então, se os sintomas ocorrem é porque a doença está em atividade, ou seja, há prejuízo na passagem do impulso nervoso no local (ou locais) onde a mielina está inflamada. Os sintomas de um surto têm instalação rápida, em horas ou em poucos dias, e dependem do local afetado pela inflamação, por isso são diferentes entre as pessoas acometidas e também podem, em um mesmo paciente, ser diferentes de um surto para o outro.
Os sintomas mais frequentes são: alterações da sensibilidade, como dormências, formigamento e até perda da sensibilidade, em qualquer parte do corpo; alterações motoras, como redução da força nas mãos, braços, pé ou pernas, de um lado só ou em ambos os lados; dificuldade de coordenação do movimento, como, por exemplo, coordenar as pernas durante a caminhada; e diminuição da visão, que pode se tornar embaçada, ou ficar com a chamada visão dupla. Outros sintomas como tonteira, desequilíbrio e dificuldade para controlar a urina, ou retenção urinária, também podem ocorrer.
E quando procurar o neurologista? Os surtos são caracterizados pelo surgimento de um novo sintoma neurológico ou a piora significativa de um sintoma já existente. Mas é importante saber que esse novo sintoma ou a piora de um sintoma prévio deve ter duração maior que 24 horas para ser considerado um surto. Assim, havendo suspeita de um surto, é preciso que o paciente entre em contato com seu médico para que seja feita uma avaliação, até mesmo porque há casos em que os sintomas acontecem não por causa da esclerose múltipla, mas sim em decorrência de outras causas, como distúrbios metabólicos, desidratação, intoxicação e infecções, e em situações em que a temperatura corporal aumenta, como na febre ou exposição excessiva ao calor.
Se o médico confirmar que se trata de um surto, o tratamento correto será prescrito, de acordo com a intensidade dos sintomas. Quanto à recuperação, esta acontecerá de forma diferente em cada paciente. Alguns apresentam recuperação completa dos sintomas, muitas vezes, antes mesmo de iniciar o tratamento. Outros só começam realmente a melhorar após iniciar o uso da medicação para o surto, e essa melhora pode ser nos primeiros dias ou demorar mais tempo, o que dependerá também da intensidade da inflamação que a mielina sofreu. Infelizmente, há surtos que podem deixar alguma sequela, por isso é importante que o paciente seja bem orientado e tratado. Busque sempre o diagnóstico correto e não deixe de consultar seu médico.
Equipe Esclerose Múltipla Rio
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