Existe uma expressão que diz “você é o que você come”. E quando o assunto é esclerose múltipla, comer bem impacta diretamente na redução dos quadros inflamatórios da doença. Estamos constantemente expostos a substâncias de caráter pró-inflamatório, que são, justamente, compostos capazes de desencadear o processo inflamatório na esclerose múltipla. Essas substâncias são provenientes das proteínas alimentares mal digeridas, compostos químicos tóxicos, poluentes ambientais ou aditivos químicos. Além disso, associado a uma dieta muito pobre em nutrientes anti-inflamatórios, esse quadro de inflamação pode se agravar.
Alimentos como açúcar refinado, proteínas alimentares mal digeridas e gorduras hidrogenadas presentes nos sorvetes, biscoitos, margarina, óleos vegetais e produtos industrializados, que são ricos também em aditivos químicos, possuem um potencial pró-inflamatório capaz de desencadear uma resposta inflamatória no organismo, na secreção de mediadores inflamatórios, aumentando, ainda, a produção de radicais livres, potencializando esse efeito.
Assim, é fundamental buscar um estilo de vida que contribua para uma melhor qualidade de vida, procurando incluir, diariamente, alimentos que possuem nutrientes capazes de neutralizar essa inflamação.
Que alimentos são esses?
- Frutas vermelhas, como mirtilo, amora, açaí (sem o xarope de guaraná), romã e framboesa;
- Ácidos graxos ômega-3 encontrados nos peixes de água fria e também em sementes de linhaça e de chia;
- Sementes oleaginosas, como as nozes, amêndoas, macadâmias e castanhas, que são fontes de ácidos graxos poli-insaturados e vitaminas e minerais que atuam como anti-inflamatórios;
- Frutas e verduras em geral, por serem ricos em quercetina;
- Farelo de aveia que, além das fibras, contém beta-glucanas, que auxiliam na manutenção da saúde intestinal;
- Tomate, rico em licopeno, que tem sua absorção potencializada após o aquecimento e na presença de gordura, o que faz com que se recomende que seu consumo seja feito na forma de molho preparado com azeite;
- Cúrcuma e gengibre;
- Chá verde, rico em catequinas, assim como o cacau.
Não deixe de incluir esses alimentos na sua dieta, mas, atenção: é importante sempre considerar que cada indivíduo é único e pode haver casos de intolerância específica ao consumo de algumas dessas opções alimentares. Para isso é essencial o acompanhamento com um nutricionista, que poderá avaliar o que deve ser excluído e o que deve fazer parte do consumo diário. Além disso, em muitos casos, a suplementação pode ser necessária, o que também requer supervisão e prescrição de um especialista.
Por Bianca Genoese (CRN4 14100767); Nutricionista clínica especializada em fitoterapia funcional; Integrante da equipe multidisciplinar Esclerose Múltipla Rio.
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